Futuro Desfeito

Bem aki ta outra fic k tou a fazer k mais uma rapariga!

Prólogo

Chegou ao palácio, subiu as escadas até ao seu quarto, trancou a porta e deslizou por ela até ficar sentada no chão. Não, não podia ser verdade! Ela não podia estar... Não!

É um pesadelo, é isso, um pesadelo. Em breve vou acordar e vou tê-la ao meu lado a chamar-me e a dizer que quer ir comigo ás reuniões. Mas porquê que nunca mais acordo? Porquê que as palavras daquele médico não me saem da cabeça? “Lamento, Majestade, mas não pudemos fazer nada.” Não acredito, não posso acreditar! Não...

Serenidade foi sussurrando estas palavras até que acabou por adormecer, exausta de tanto chorar e de tanto sofrimento.

No dia seguinte, acordou deitada na cama. O dia estava sombrio e chuvoso, restos da tempestade do dia anterior.

Serenidade (pensava, enquanto se espreguiçava): Que pesadelo horrível! Ainda bem que já acordei!

Nesse momento, a mãe entrou no quarto com ar miserável e os olhos vermelhos.

Mãe: Acordas-te, finalmente. Encontramos-te a dormir junto à porta. Como te sentes? Sei que te custa, que vocês as duas eram muito unidas, mas somos uma família, e amamo-nos muito. Juntos vamos conseguir ultrapassar esta fase!

Serenidade (a pensar): Não! Era verdade? Não tinha sido um pesadelo? Mas a mãe estava ali, na frente dela, o rosto contraído de dor a confirmar aquilo que ela tanto temia!

Serenidade agarrou-se à mãe e desatou a chorar convulsivamente. Ficaram assim, durante o que pareceram horas, a chorar a perda daquela que lhes eram tão querida.

Aquela menina de cabelos cor de rosa e olhos vermelhos que alegrava aquele palácio e iluminava as suas vidas com as suas traquinices, com as suas birras, com os seus risos de criança inocente. Aquela menina chamada Small Lady Serenidade.

Leiam e comentem!

Fico a espera!

ta fofo*.*

amei^^

kero mais!! *-*

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LINDO

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Bem aki ta o capitulo 2!
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Capítulo 1

No dia seguinte foi o funeral. Á volta daquele pequeno caixão, reuniam-se todas as pessoas do reino, todas de negro, para dizer adeus pela última vez a Small Lady.

Serenidade encontrava-se junto à sua mãe, com ar bastante fraco. No entanto, não chorava.

Quando regressaram ao palácio Serenidade dirigiu-se para o seu quarto, deitou-se na cama, com os seus olhos vazios e com os seus pensamentos bem longe dali; recordava-se como tudo se passou, o momento em que a sua filha a foi visitar quando era adolescente, o dia do seu casamento, o nascimento da filha e o motivo da sua morte.

Tinha expulso Endymion do palácio, do reino e retirara-lhe também os seus poderes, o que fez com que ele passasse a ser um homem normal. Sé de pensar na filha que tinha acabado de perder por causa daquele desgraçado!

Entretanto, voltou aos seus pensamentos. Por mais que tentasse, não conseguia deixar de pensar nisso. As imagens surgiam na sua cabeça como se tivessem vontade própria.

Tudo começara cerca de um mês atrás. Uma estranha doença apoderara-se da sua filha e nenhum médico do reino conseguia descobrir o que se passava. Ami sentia-se derrotada por não conseguir curar a pequena dama, enquanto que Endymion estava destroçado porque a filha não o deixava aproximar-se dela e não dizia o porquê. A cada dia que passava, Small Lady mostrava-se mais fraca, mais abatida. As cores iam desaparecendo lentamente da sua face, os olhos estavam tristes e apagados. O seu estado ia-se deteriorando a olhos vistos até ao dia em que, simplesmente, deixou de lutar contra a doença.

Era um dia sombrio. Os trovões ressoavam por todo o palácio. Há muitos anos que não se via uma tempestade assim.

Small Lady: Mamã!

Serenidade acordou do seu sono ao ouvir a voz débil da filha. Tinha-se deixado dormir em cima da cama desta. Não a queria deixar sozinha pois sabia o medo que ela tinha dos trovões. Olhou para Small Lady, que respirava com dificuldade. Estava ligada a diversas máquinas, já que o seu fraco corpo já não se conseguia aguentar sozinho.

Serenidade (falando com voz doce e passando-lhe as mãos pelos cabelos e dizendo ao mesmo tempo com as lágrimas nos olhos): Shh. Querida não te esforces. Ouvis-te o que os médicos disseram. Não te preocupes, a mãe vai arranjar uma maneira de te curar.

Small Lady (insistiu): Mamã, preciso de te contar uma coisa!

Porquê que ela tem que ser sempre tão teimosa? Pensava Serenidade.

Serenidade (tomando a filha no colo): Então diz, querida.

Small Lady (com lágrimas nos olhos): Mamã, eu... vi o pai com outra mulher!

Dito isto, desfaleceu nos braços da mãe, enquanto uma lágrima lhe corria pelo rosto.

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Capitulo 2

Serenidade foi arrancada dos seus pensamentos ao ouvir alguém bater à porta.

Serenidade: Sim?

Bárbara: Majestade, o rei está à porta do palácio e insiste em falar consigo.

Serenidade: O quê? Ele teve o descaramento de aparecer aqui?

Bárbara: os guardas impediram-no de entrar, mas ele diz que não sai dali enquanto não falar consigo.

Serenidade: Muito bem, então leva-o até à biblioteca e diz que já vou ter com ele.

Bárbara: Como queira, majestade.

Serenidade: Bárbara, já te disse que não precisas dessas formalidades quando estamos a sós. Além de seres a ama da Small Lady, és também minha amiga, não és? Trata-me só por Serenidade.

Bárbara (envergonhada): Sim majes... Serenidade.

Serenidade sorriu e Bárbara retribuiu o sorriso saindo depois do quarto.

Serenidade (pensando) Como é que ele tem coragem de aparecer aqui depois de tudo o que se passou? Como? Mas isto não vai ficar assim.

Á porta do castelo, Endymion esperava ansioso pela sua (ainda) esposa.

Tinha um ar cansado e o rosto estranhamente envelhecido. Ia andando de um lado para o outro enquanto pensava no que ia dizer a Serenidade. Tinha que conseguir desfazer esse mal entendido. Tinha que explicar a Serenidade, a sua cara de lua, que nunca seria capaz de...

Bárbara: Endymion? A rainha diz para ires para a biblioteca que ela já vai ter contigo. Eu acompanho-te.

Dirigiram-se, silenciosos, para a biblioteca. Num local onde ninguém os via, Bárbara empurrou Endymion contra a parede e tentou beijá-lo.

Endymion (empurrando-a): Larga-me! Já não chega o que fizes-te à minha filha, ainda me queres arranjar mais problemas?

Bárbara: Mas tu sabes como eu te amo. Deste-me esperanças, fizeste-me acreditar que poderia acontecer algo entr...

Endymion (interrompendo-a): Mas que conversa é essa? Eu nunca te dei esperanças. Amo a Serenidade, nunca a iria trair. Não tenho culpa que essa tua cabecinha tenha criado ilusões! Mas agora vou esclarecer tudo com a minha mulher. Ela vai ver a víbora que tu és e tudo vai voltar ao nomal.

Bárbara (soltando uma gargalhada maliciosa): E achas que ela vai acreditar em ti? Pobre coitado! Aquela tonta pensa que nós somos amigas, nunca vais conseguir provar nada.

Endymion (irritado): Veremos.

Endymion dirigiu-se, então, para a biblioteca. Ela vai acreditar em mim, vai acreditar no meu amor! Da última vez não me deu oportunidade de me explicar, mas eu sei que agora vou conseguir.

Quando chegou à biblioteca Serenidade já o esperava.

Serenidade (fria): Primeiro que tudo, gostava de saber como conseguis-te entrar no reino depois de eu te ter expulso.

Endymion (sorrindo): Já devias saber que por ti, faço tudo.

Serenidade (tentando manter a calma): Em segundo lugar, queria saber como tiveste a lata de aparecer aqui depois de tudo o que fizeste!

Endymion: Deixa-me explicar, por favor! Tudo não passou de um mal-entendido...

Serenidade (aos gritos): UM MAL-ENTENDIDO? A minha filha morreu por tua causa, porque aquilo que fizeste lhe tirou toda a esperança no futuro e na vida e tu dizes-me que isso foi um mal-entendido?

Endymion: Serenidade, meu amor...

Serenidade (chorando): Não me chames de amor! Que raio de amor é esse que dizes sentir que faz com que me traias? Que mata a nossa filha?

Endymion (chorando também): Tu sabes que eu te amo! Que sou capaz de morrer por ti. Por favor, acredita em mim! Eu nunca te traí. Se me desses a oportunidade de me explicar...

Serenidade (furiosa): SAI! Sai imediatamente daqui! E se te voltar a ver no reino, juro que mando prender-te! Nunca mais te atrevas a aparecer-me à frente, ouvis-te bem?

Endymion (implorando): Mas...

Serenidade (grita): GUARDAS!

Estes aparecem imediatamente à porta: Chamou majestade?

Serenidade (tentando recompor-se): Por favor, acompanhem esse senhor à porta. E se ele voltar a aparecer, não hesitem em prendê-lo.

Guardas: Ás suas ordens.

Endymion (enquanto os guardas o arrastavam para fora da biblioteca): Eu vou provar-te que estás errada! Vou provar-te o meu amor. Por favor, tem cuidado com a...

Mas aí a sua voz deixou de se ouvir.

Serenidade ficou sozinha na biblioteca. Os seus joelhos cederam, finalmente, e ela deixou-se cair no cadeirão atrás de si enquanto as lágrimas lhe corriam pelo rosto.

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Capítulo 3

Passaram-se alguns dias e o reino ia-se recompondo, lentamente, da perda da sua princesa. Aos poucos e poucos tudo voltava ao normal. Ou melhor, quase tudo. Serenidade estava obcecada em descobrir quem era a “amante” de Endymion, a responsável pela morte da sua filha. Isso tinha-a tornada numa pessoa amarga, vingativa, alguém bem diferente da Serenidade que todos conheciam e adoravam. Perdia facilmente a cabeça e, volta e meia, mandava prender alguém sem razão aparente. Sempre mulheres. As pessoas do reino estavam assustadas com esta faceta desconhecida e rezavam para que alguém salvasse a alma da sua Rainha. As guerreiras navegantes tentavam chamar Serenidade à razão, mas sem resultado.

Vénus: Serenidade, tens que parar com isto. Tu não és assim, nunca foste!

Serenidade: As circunstâncias não me deixam ser de outra forma. Estou farta de ser a Serenidade boazinha e inocente que se deixa enganar por toda a gente. Isso já me custou a minha filha, não vou deixar que volte a acontecer.

Júpiter (tentando chamá-la à razão): Mas não percebes que assim só estás a afastar aqueles que te amam?

Serenidade (zangada): Mas afinal vocês são minhas amigas ou não? Deviam estar do meu lado, apoiar-me!

Marte: Precisamente por sermos tuas amigas é que te estamos a dizer isto. Tu estás a agir como louca, Serenidade.

Serenidade (indignada): Louca, eu? Como é que te atreves?

Mercúrio (tentando acalmar os ânimos): Serenidade, tem calma. Não podes pensar que só por não concordarmos contigo que não somos tuas amigas. Só estamos a tentar que percebas a situação. As pessoas do reino vivem apavoradas com o que possas fazer a seguir.

Serenidade: Esses aí são mas é uma cambada de ingratos. Dei-lhes paz, dei-lhes prosperidade e é assim que me agradecem?

Júpiter: Tu começaste a prender pessoas sem motivo nenhum. Como é que queres que eles se sintam?!?

Serenidade: Tenho a certeza que uma delas é a assassina da minha filha. Só me resta descobrir qual. Ah, essa miserável nem sabe o que a espera!

Vénus (gritando): PÁRA! Por favor, pára com isso. Não percebes que estás a destruir o reino mas, pior que tudo, estás a destruir-te a ti própria?

Serenidade (desconfiada): Porque queres tanto que eu pare? Tens medo que eu descubra algo que não deva? Vocês não me estão a esconder nada, pois não?

Vénus: Ok, agora estás a ser paranóica!

Serenidade (furiosa): Chega! Primeiro chamam-me louca, depois chamam-me paranóica... Estou cheia de dores de cabeça. Vão-se embora.

Marte: De certeza que é isto que queres? Olha que depois não podes voltar atrás.

Serenidade (empurrando-as para a porta): Sim, tenho. Agora saiam, por favor.

As amigas saíram e Serenidade ficou sozinha com os seus pensamentos.

Serenidade (pensando): Elas não percebem. Não sabem o que é perder um filho. Não percebem que sem a Small Lady fico incompleta, que me falta uma parte importante do meu coração. Oh, minha filha. Onde estás tu? Será que me consegues ver onde quer que estejas? Tu compreendes o que faço, não compreendes? Sabes que é por ti...

Nesse momento bateram à porta. Era Bárbara.

Bárbara: Ouvi gritos. Aconteceu alguma coisa?

Serenidade (irónica): Foram as minhas “amigas” que decidiram armar-se na minha consciência. Também achas que estou a agir mal?

Bárbara: Claro que não. Tens todo o direito de tentar descobrir com quem é que o Rei te traiu.

Serenidade: Obrigado pela compreensão. Tens sido um grande apoio, uma grande amiga. Só tu percebes como eu sinto falta da Serenidade, afinal foste quase como uma segunda mãe para ela...

Bárbara: Sim. Também sinto muito a falta daquela pequenina. Tenho tantas saudades da voz e o riso dela.

Serenidade (deitando a cabeça no colo dela): Achas que esta dor alguma vez vai desaparecer? Algum dia o meu coração vai sarar?

Bárbara (afagando-lhe o cabelo): Claro que sim. Tu és forte, vais conseguir ultrapassar isto. Basta só descobrires a amante do Rei que ficas bem.

Serenidade: Por falar nisso, como tens tanta certeza que é alguém de fora do palácio?

Bárbara: Ora, se fosse alguém do palácio tinhas percebido, não é?

Serenidade: Sim, tens razão. Bem, agora queria dormir um bocado. Estou esgotada. Importas-te?

Bárbara: Claro que não. Descansa, precisas.

Dito isto saiu do quarto.

Bárbara (pensando): Esta Serenidade é mesmo burrinha. Continua a acreditar em tudo o que eu digo. Se continuar assim, a população vai-se revoltar e ela deixará de ser rainha. Então, o Endymion vai ser só meu e eu serei a nova rainha do reino. Já falta pouco para os meus desejos se tornarem realidade!

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AMEI
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Capítulo 4

Num reino vizinho, Endymion encontrava-se sozinho num bar. Em frente a ele estava um copo. Tinha passado os últimos dias assim, entre o bar e uma pequena casa que tinha conseguido alugar. Bebia para afastar os seus fantasmas, para fugir da imagem dela que teimava em aparecer nos seus pensamentos. De repente, como se alguém tivesse lido a sua mente, Serenidade apareceu na televisão. Estamos aqui, em Cristal Tokyo, onde se vive uma situação preocupante. A princesa do reino, Rainha Serenidade, cuja filha faleceu há alguns dias atrás, começou subitamente a prender mulheres do reino. Ninguém sabe o porquê da Rainha estar a agir desta forma. Pedimos para falar com as guerreiras da Rainha e nenhuma comentou a situação actual do reino. Agora voltemos às outras noticias.

Endymion (pensando): Não pode ser! A Serenidade que eu conheço nunca faria uma coisa dessas! Tenho que falar com ela e ver o que se passa.

No entanto, as palavras de Serenidade cruzaram a sua mente: “Se te voltar a ver no reino, juro que mando prender-te”.

Não posso. Não posso entrar no reino. Como é que vou fazer então?

Foi então que uma ideia surgiu na sua cabeça. Uma carta! Era isso! Pediu papel e caneta ao dono do bar e começou então a escrever.

Serenidade:
Não vou tentar justificar-me novamente. Isso é algo que quero dizer-te directamente. No entanto, vi agora nas notícias o que está a acontecer no reino. Que se passa, meu amor? Sei que te custou muito a perda da nossa filha, sei porque essa dor que te consome é a mesma que me consome a mim também. Penso nela a cada segundo que passa e nunca desejei tanto poder voltar atrás no tempo. Sei que me culpas pelo que aconteceu com a Small Lady, mas juro que nunca seria capaz de algo assim. Eu amo-te, Serenidade. De certeza que lá bem no fundo, naquele cantinho do teu coração que ainda me guarda, sabes disso. Nunca pensei que tivéssemos que passar por isto novamente, nunca pensei que tivesse que te provar o meu amor novamente. Mas parece que, por mais tempo que passe, há sempre alguém disposto a separar-nos. E tu não estás livre de culpas. Devias confiar no meu amor, já te dei provas suficientes do que sinto por ti. Mas continuas a preferir acreditar nos outros do que naquele que sempre esteve aqui para ti, não é? Mas não estou a escrever esta carta para discutir de quem são as culpas, estou a escrever-te para te alertar para o que se passa à tua volta. Tem cuidado com a Bárbara. Ela é muito perigosa. Se andas à procura de uma traidora é melhor teres atenção às acções dela. Não vou dizer por carta o que sei, mas não quero que te magoes ainda mais. Por favor, dá-me uma oportunidade. Vamos falar como dois adultos e resolver este assunto de uma vez por todas. Sabes onde me encontrar, basta seguires o teu coração. Amar-te-ei para sempre, mesmo que não me aceites de volta.

Sempre teu
Endymion

Voz: Ohhh, que romântico! – disse uma voz irónica por trás dele.

Endymion (dobrando a quarta e guardando-a no bolso): Como conseguis-te encontrar-me?

Bárbara (gozando): Como é que disseste àquela sonsa? Ah, sim! “Já devias saber que por ti, faço tudo”.

Endymion (secamente): Além de falsa ainda escutas atrás das portas. O que queres daqui afinal?

Bárbara: Quero-te a ti! Mas isso tem que ficar para depois. A tua esposa mandou-me entregar isto.

Endymion (pegando no embrulho que ela lhe estendia): O que é isto?

Bárbara (alegremente): Os papeis do divórcio.

Endymion gelou ao ouvir aquelas palavras. Não podia ser possível. Aquela víbora estava a mentir. Mas não, de facto aquilo eram mesmo os papéis do divórcio. No embrulho vinha, também, a aliança de Serenidade e uma pequena nota desta.

Já devia ter feito isto há mais tempo. Por favor, assina os papeis e manda pela Bárbara. Não faz sentido continuarmos a ser marido e mulher.

Serenidade

Endymion: Porque é que ela mandou isto por ti?

Bárbara (soltando uma gargalhada): Sabes, ela agora acha que eu sou a melhor amiga dela. Disse que não confiava esta tarefa a mais ninguém. Mas não te preocupes com ela. Tens-me a mim. E, diga-se de passagem, não ficas a perder com a troca, não achas?

Endymion olhou bem para ela. Bárbara era, de facto, bastante bonita. Tinha o cabelo preto liso apanhado num carrapito no cimo da cabeça, olhos negros (tal como a sua alma, pensou irónico) e um corpo esbelto. O seu sorriso era provocador e usava sempre roupas bastante apertadas que delineavam as suas curvas.

Endymion: Não vou negar que és bonita. Mas nunca seria capaz de ter nada contigo. Sabes porquê? Porque és uma pessoa mesquinha, má, que não sabe o que é o amor. Dizes amar-me mas, na verdade, sou apenas mais um brinquedo. Decidiste que querias ter-me na tua colecção e é por isso que não me largas. És a pior pessoa com que tive o azar de me cruzar e, acredita, já conheci muita gente má. Agora, leva isto à Serenidade e diz-lhe que, se ela quiser, que venha falar comigo pessoalmente.

Bárbara (furiosa): Juro que um dia vou fazer-te engolir essas palavras. Ainda vais ser meu, quer queiras quer não.

Endymion: Se fosse a ti, não contava com isso. É algo que nunca vai acontecer.

Bárbara (sorrindo): Nunca digas nunca, meu querido. Consegui separar-te da Serenidade, não consegui?

Dito isto, dirigiu-se para a saída, deixando Endymion estupefacto com aquela revelação.

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